Toda obra autêntica é resultado de constantes metamorfoses, transmutações reais que nos transportam da espessa forma à subtileza do conceito e á complexidade do sentir. É um processo de depuração doloroso, penando a alma e o corpo num movimento constante numa prática obsidente, erigindo um resultado. Não se trata de reflexões ou raciocínios cartesianos, é um fluir espontâneo, um movimento perfeito e intimo.
Criar é um suspiro de liberdade.
E a liberdade assusta.
Mastigam-se as palavras espremendo de dentro delas intenções e conceitos enunciados de perguntas e respostas, de filosofias entrançadas em ensaios coxos.
Desbravando moinhos de vento caminhamos todos inchados carregando na vasilha o verbo inventar.
Na sombra da parede branca somos todos, Don Quixote de La Mancha cavalgando pelos desertos quentes do desejo.
Criar é um suspiro de liberdade...
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