quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O emplastro


O emplastro





No abismo cai errante de saltos altos e beiços pintados.
Transporta consigo memórias turvas e repugnantes de desejos insidiosos
De certezas afiadas e duvidas entranhadas no mais profundo poço da alma
Caiu, sem dignidade!
O peso da vergonha afunda-te cada vez mais e mais...
No incómodo rectal... de uma quimera sem corpo constróis moinhos de vento e vomitas enferma o fel das tuas consumidas vontades.
Não existe nada!
Sobrevives de migalhas entre os cadáveres... das depostas.
Satisfazendo-te arrogantemente da carcaça.
Não existe nada!
Apenas arrependimento!
A verdade fere-te o orgulho?
Ou o seu reflexo liberta em ti a angústia ser simplesmente insignificante?
No abismo cais errante de saltos altos e beiços pintados.
Transportas contigo memórias turvas e repugnantes de desejos insidiosos
De certezas afiadas e duvidas entranhadas no mais profundo poço da tua alma
Caíste, sem dignidade!
Ordinariamente declinaste e arrastas de ti esse cheiro pestilento envenenando o ar que respiras
Vestes-te de vulgaridade dissimulando toda essa ignóbil leveza de ser...
E reduzes-te de livre vontade á decadência.
Simplesmente sobrevives!
(Margarida Gil)

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