segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Simplesmente surreal...





















Sinopse

"Com edição e posfácio de Maria Antónia Oliveira, reúne-se (em forma de) assim toda a prosa do autor de "Um Adeus Português". É assim que a organizadora do volume o explica:
"Na sua escrita leve, clara e irrespeitosa, O'Neill apresenta-nos aqui pequenas ficções, arremedos de contos, crónicas, reflexões e devaneios, alegorias, textos onde se nota uma ressonância biográfica [...], outros assumidamente biográficos [...], uma crónica-cadavre exquis e mesmo um texto produzido a partir de um volumoso catálogo da Manufacture Française d'Armes et Cycles de Saint-Étienne que fazia parte da sua farta biblioteca. [...]
São [...] textos previamente publicados na imprensa os que O'Neill reuniu, no ano de 1985, sob o engenhoso título "Uma Coisa Em Forma de Assim" - como se quisesse lembrar-nos, assim como quem não quer a coisa, que não tinham sido vãos os já longínquos anos em que ajudara a fundar o Grupo Surrealista de Lisboa."

Críticas de imprensa

"As crónicas de O'Neill não ficam atrás da sua poesia. Crónicas? Mais valia dizer "pequenas ficções, arremedos de contos, crónicas, reflexões e devaneios, alegorias". Assim se lhes refere, com exactidão enumerativa, Maria Antónia Oliveira, organizadora deste volume que reúne os textos em prosa de O'Neill contidos em As Andorinhas não Têm Restaurante (1970) e depois retomados em Uma Coisa em Forma de Assim (1.ª edição de 1980, 2.ª edição, muito aumentada, de 1985, sendo a presente a 3.ª). Esta é portanto a "prosa toda" de O'Neill. E que prosa.
[...]
O'Neill considerava-se um cronista. Fazia, como Camilo, "o tombo da vida vulgar" (tombo arquivo e tombo queda). Era a famosa "vidinha", que detestava e amava. E que incluía tudo, absolutamente tudo. Assim temos crónicas sobre Eusébio e o canivete suíço, sobre Nova Iorque e o alumínio, sobre westerns, a fome, o Diabo, o fado canalha. Ou sobre um mirabolante "Adolfo Silva", "filho de Hitler" residente em Viseu. Muitas destas historietas são histórias "como tantas" (nas palavras do autor). Outras aparecem como um desfile de figuras bizarras, de conversas inexplicáveis, de vinhetas absurdas. E há ainda os textos mais pessoais, memórias de infância em Amarante, o pai Alexandre a brincar com o filho, o "uso das tias", a descrição de uma visita às termas (está entre as mais belas páginas da literatura portuguesa).
[...]aqui temos O'Neill brincando, rememorando, conversando, desconversando, sabotando. Estes textos do "sôrònil" (ou "senhor Aníbal") são simplesmente uma obra-prima, como O Aprendiz de Feiticeiro, Os Passos em Volta. E se a melhor prosa portuguesa fosse a dos poetas?" Pedro Mexia, in Diário de Notícias

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